29
Jan 08
Acordei uns dias depois, e dei por mim deitado num jardim cheio de pessoas. Não sabia como fui ali parar, mas de uma coisa eu tinha a certeza, tinha de mudar de roupa e pôr-me em condições. Todas as pessoas que passavam reparavam em mim ou por estar ali deitado no chão. Há quantos dias eu estaria ali, bem isso não importava o que interessava era saber o que queria dizer aquilo que vi e porque vim fui ali parar. Devem estar as duas coisas ligadas. Mudei de roupa e fui dar um passeio pelo jardim enquanto comia uma peça de fruta e um pão. Após ter acabado de comer comecei a pensar naquilo que vi e a fazer perguntas a mim próprio. “Será que não passou de um sonho?”, “Será que vivi outra vida enquanto dormi?” e “Quem me poderia ajudar a descobrir o que tudo aquilo queria dizer?”. No entanto não tinha resposta para nenhuma das perguntas. Ao fim do dia quando o jardim já estava deserto e só se ouvia as danças do vento e as folhas a dançarem com ele. Deitei-me no banco e acabei por adormecer foi então que voltei a ver umas coisas brilhantes esquisitas que via e o que aquela voz a dizer-me “Procura o cubo secreto e encontrarás a resposta.” Acordei assustado e não conseguia perceber. Já era de dia e não devia demorar muito a que o jardim voltasse a ficar cheio de pessoas. Durante o resto do dia não parei de pensar em que queria dizer aquelas coisas brilhantes esquisitas que via e o que aquela voz dizia. O dia passou e eu estava ainda a andar pelo jardim quando de repente vejo uma luz a vir dos arbustos, mas tão depressa apareceu como voltou a desaparecer e eu fui ver o que era. Procurei por entre a ramagem dos arbustos até que toquei numa coisa dura, era uma caixa mas estava fechada à chave procurei em todos os meus bolsos uma chave mas nada. Continuei a andar pelo jardim com a caixa na mão até que ouço um barulho como se fosse um metal a cair ou a bater em alguma coisa, olhei para o chão e vi uma chave, peguei nele e tentei abrir a caixa, por surpresa ela abriu e de lá de dentro veio uma luz intensa como a dos sonhos, eram moedas de ouro. Dentro da caixa vinha também um papel a dizer: “Espero que isto te dê jeito, visto que és uma pessoa tão generosa e necessitada ofereço-te este presente. Boa Sorte do teu Anjo da Guarda.” Passado isto voltei a deitar-me num banco de jardim e adormeci.
publicado por andreiasofias7 às 11:34

04
Jan 08
            Tarde morna. Setembro. Uma luz dourada iluminava o longo percurso que a levava a casa. Fugia. Do abismo, receando ser testemunha do ritual fúnebre a que o destino atinha sujeito. Cada passo era para Lisa, um misto de perda e de encontro. Em cada cravo vermelho que caía no chão, parecia perder um pouco de sangue da sua alma.
            Tudo começara naquele momento. Apareceu alguém no seu caminho. Lisa olhou-o com uma espécie de estranhamento. Ele, por sua vez, tentou fitar aquele olhar sofrido e húmido.
            Duarte olhou-a mais uma vez, num espaço mudo. Lisa era uma rapariga difícil de sorrir, de mostrar os sentimentos, de dar um abraço. Ser reservada era o seu estado natural. Assim, a sua reacção imediata foi a de procurar uma desculpa. No entanto, alguma coisa a travou naquele momento. Eram as palavras de Duarte, tantas vezes repetidas, de que queria escutar a sua dor.
            Ficaram ambos em silêncio.
            Beijaram-se. Por fim, despediram-se com o sabor de um novo encontro.
            Lisa entrou em sua casa. Sua mãe arrumava o seu passado numa caixa de papelão. Silenciosa, num gesto grave e firme pegou numa fotografia e deu-a a Lisa.
            Num misto de alegria e de incredulidade, Lisa via reflectida a imagem de Duarte.
            Duarte era agora a encarnação de um veículo poderoso.
publicado por andreiasofias7 às 09:15

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